Como investir no “capital psicológico” do seu time?

Dentro de uma organização um dos objetivos é investir para ter retorno, afinal para manter sua longevidade ela precisa crescer. E para evoluir é preciso investimento.

Por isso, muito se fala de diversos capitais dentro de uma empresa, mas tem um de extrema relevância, que ainda considero incipiente numa parte delas. Falo isso, baseada na percepção como treinadora de líderes e equipes. E sobre qual capital estou falando: capital psicológico.

Mas você como empresário ou líder, deve estar se perguntando: o que é isso e por que investir neste tipo de capital? Investir no capital psicológico faz parte da criação de atitudes na forma de liderar e conduzir pessoas, para que as mesmas, possam se tornar mais engajadas com o processo, o projeto, o negócio e a empresa como um todo.

Saliento que não sou psicóloga, sou administradora e por isso, o foco deste artigo é como tratar aspectos que possibilitem que os profissionais sintam mais conectados e satisfeitos, alinhando-os com a missão da organização. Também baseada na minha experiência como executiva durante 22 anos, onde liderei centenas de pessoas, percebendo como este tipo de capital é tão estratégico.

Segundo Fred Luthans: “o capital psicológico tornou-se um recurso vital para às organizações nos últimos anos.”

Agora se em tempos amenos, este investimento já era importante para se manter neste novo mundo de tamanhas mudanças, imagine frente aos momentos de crises e desafios?!?

Segundo Luthans (Livro MBA in one day de Ben Tiggelaar) o capital psicológico é composto por quatro componentes, sendo eles:

1. Esperança: “criar um desejo na pessoa de atingir uma determinada meta ou objetivo. Dando meios necessários para chegar ao destino pretendido.”

Nos treinamentos que ministro para líderes, trato muito este ponto. Pois é muito comum a liderança definir uma meta, baseada num desejo ou pressão, comunicando para a equipe e entrando num processo de cobrança, sem avaliar se o time tem os meios necessários para atingir o que se pretende.

É importante que as lideranças trabalhem técnicas de construção de objetivos, expandindo à consciência dos envolvidos e a busca dos meios necessários. Além disso, manter a equipe estimulada e conectada a todo momento, criando “esperança” baseada em passos práticos, transmitindo: que a meta é possível de atingir e até ultrapassar. Movimento de clareza, energia e foco.

2. Auto eficácia: “convicção de que você é capaz de concluir uma ou mais tarefas com sucesso.”

Na minha interpretação é criar junto das equipes coragem para vencer desafios, trabalhando cada passo da jornada, inclusive reconhecendo cada conquista.

Por vezes, a liderança foca no que está faltando e raramente elogia o que está sendo entregue. Entendo os líderes neste aspecto, também já fui líder e passei por isso. Boa parte aprendeu assim quando foi liderado: outros também lhe cobravam sobre o que faltava e talvez não teve a oportunidade de mudar esta visão. Mas, está na hora de mudar!

O líder pode trabalhar o que falta com orientações e gestão, mas também com reconhecimento nas etapas vencidas. Para se conquistar um campeonato é preciso vencer muitos jogos, e para cada jogo é preciso muitas jogadas. Estímulos são fundamentais para vencer!

Um líder que deseja realmente uma equipe eficaz, autossuficiente e produtiva, precisa reconhecer às pequenas vitórias, tanto suas conquistas quanto do time.

3. Resiliência: “capacidade de se adaptar com sucesso ao meio, apesar das circunstâncias desafiadoras ou ameaçadoras.”

Encorajar às pessoas em como encontrar o eixo para se manterem ativas, apesar dos desafios. Lembrando que pessoas são diferentes, por isso, não vale apenas frases motivacionais. Às pessoas precisam de direção e clareza.

Nos momentos mais críticos, este ponto do capital psicológico é fundamental. Por quê? Porque, você terá profissionais com mais resiliência e outros nem tanto, dependendo da história de vida de cada um.

Fique atento àquelas pessoas que tiveram queda de produtividade, se sentem com a energia mais baixa, não estão conseguindo progredir. Principalmente profissionais que tinham um bom desempenho e começaram a declinar. Antes de uma decisão se a pessoa é boa ou ruim: converse, ouça e entenda o que pode estar por detrás desta reação.

E promova ações dentro da organização para aumentar o nível de resiliência, como cases de sucesso do passado. Ancorando momentos de vitórias, mesmo diante de crises. Esta estratégia cria uma conexão que sim: é possível ultrapassar as barreiras atuais.

4. Otimismo: “ver o mundo no qual eventos positivos são o resultado de habilidades pessoais.”

Novamente, como a resiliência temos pessoas com nível de otimismo diferente. Vai depender muito da forma de perceber o mundo de cada um. Por isso, os estímulos do ambiente precisam provocar o senso de autorresponsabilidade, autovalor e crescimento pessoal.

A liderança também precisa ficar atenta ao tamanho de otimismo do grupo, tratando aqueles que estão com conotação negativa, para não expandir para os demais. E este tratamento são conversas, feedback, perguntas abertas sobre a realidade, sempre levando o outro para uma visão mais otimista e responsável pela sua realidade.

Todos estes pontos, podem ser treinados e desenvolvidos, tanto para líderes, quanto para suas equipes. E no mundo atual, com mudanças a cada minuto e constantes desafios, tratar este tipo de capital é tão estratégico, quanto tratar os demais investimentos da organização.

Uma organização é um sistema vivo, composto de pessoas e isso é inegável. E este organismo precisa estar “sadio” para que a empresa permaneça evoluindo de acordo com suas projeções e planos.

Por fim, Luthans diz: “Fortalecer o capital psicológico torna as organizações melhores, mais produtivas e flexíveis.”

Fonte: Livro MBA in one day – Bem Tiggelaar & Joel Aerts – Publishing SBCoaching

Dirlene Costa

Mentora & Coach

contato@coachinghighperformance.com.br www.coachinghighperformance.com.br

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